segunda-feira, 7 de abril de 2008

Deixa-me Nascer de novo ...

Deixa-me nascer de novo
Inventa para mim a minha história.
Faz-me nascer no teu corpo
Conhecer do mundo, apenas a sua forma.
Apura todos os meus sentidos,
Faz-me do gosto apenas conhecer o sabor do teu beijo
Do tacto, o teu toque, o teu abraço...
Da audição, o som da tua voz...
Do olfacto, o perfume da pele...
e da visão, o teu rosto sorrindo para mim.
Deixa-me nascer de novo
Ter-te a ti como minha vida
Tendo-te como criador do meu ser.
Deixa-me nascer de novo
Esquecer esta vida que vivi
Esquecer quem eu fui e tudo o que do mundo conheci
Deixa-me nascer de novo
Não no mundo
Mas ... em ti.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A espera

Os meus dias

Todos eles são passados com a mesma rotina

Levanto-me

Coloco o meu melhor vestido

E em pé, de fronte para a janela

Aguardo.

Uns dias lá fora o sol raia

Noutros, são cinzentos e por vezes, chuvosos

Mas mesmo assim, aguardo.

Na rua, as pessoas que passam e olham para a janela

Comentam umas com as outras:

“Lá está ela a esperar novamente, Mas pelo que espera?”

Mas nem os seus comentários a meu respeito

Me fazem desviar um só minuto o meu olhar da janela

E ouvindo-as comentando, aguardo.

Por vezes o tempo custa a passar

E dou por mim a contar as vezes que pestanejo num minuto

E mesmo impaciente…aguardo.

Aguardo ver-te do outro lado da janela vindo a meu encontro

Para os meus braços…

Aguardo, como quem espera que a vida regresse a um corpo sem vida

E de certa forma, aguardo assim.

Os meus dias…

Esses...

Todos eles são passados com a mesma rotina

Levantando-me, Pondo-me bela

Aguardando, por ti.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

As palavras saem me do corpo


As palavras saem-me do corpo

Voluntária e involuntariamente.

Saem-me pela boca

Saem-me pelos dedos.

Quando da boca se libertam

Vagueiam pelo ar até que alguém as oiça,

Quando dos dedos saem,

Escorregam por eles fora

Até ficarem presas na folha.

As palavras saem-me do corpo

Com que finalidade não sei…

Apenas quero que algumas sejam ouvidas

E outras que me aliviem a alma

E sejam registo dos meus pensamentos.

As palavras saem-me do corpo

Porque elas fazem parte de mim

Constituem e engrandecem o Ser que em mim mora.

O que seria de alguém,

Se não conhecesse as palavras

Ou se nele palavras não tivesse?

Há um acto que aprecio com imensidão

O acto em que as palavras

Me saem do corpo…

Sejam elas ditas ou escritas

Voluntárias ou involuntárias!

Gosto de as ter armazenadas dentro de mim

E da sua variedade e significado

Mas gosto sobretudo, de quando as palavras

Me saem do corpo…


quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Olha-me apenas

Olha-me apenas

Não digas o que sentes

Nem tão pouco aquela palavra amarga que pronuncias

No momento da despedida.

Olha-me apenas

Não me dês a tua mão

Porque sei que a vais ter de largar

Que só a vais segurar por breves instantes.

Olha-me apenas

Não me abraces

Porque sei que o calor do teu abraço será momentâneo

E que após esse abraço, não mais calor sentirei.

Olha-me apenas

Não com tristeza

Mas com alegria presa no teu olhar

Como se com o seu brilho

Me agradecesses os momentos que juntos passámos.

Olha-me apenas

Para suavizares esta dolorosa despedida.

Olha-me apenas

Com os teus olhos verdes bem fixos em mim

Pois não preciso das tuas palavras

Eu sei o que estás a sentir… só com o teu olhar …

Por isso peço-te meu amor

No momento da despedida

Quando o apito do comboio soar

Não me digas adeus

Olha-me apenas…


domingo, 16 de setembro de 2007

Não quero adormecer . . .


Não quero adormecer.
Não assim.
Não quero fechar os olhos
Sem sentir o conforto do teu corpo
Ou os teus braços em meu redor.
Não quero adormecer.
Sem que antes a tua voz
Me embale como se eu ainda fosse uma criança.
Não quero adormecer.
Porque não quero sonhar.
Não quero sonhar contigo
Para não ter que acordar sem ti do meu lado.
Não quero adormecer.
Porque não quero amanhecer desta forma.
Amanhecer sem o teu sorriso,
Sem esse teu olhar pregado em mim,
Sem um beijo teu na minha boca sentir…
Não quero amanhecer sem ti,
Pois isso implicaria um dia inteiro sem sorrir.
Não quero adormecer.
Não quero fechar os olhos.
Não quero sonhar.
E não quero amanhecer.
Não, sem ti…

sábado, 15 de setembro de 2007

Diferentes Olhares ...


Esfrego os olhos
uma vez...
duas vezes...
três vezes...
em frente ao espelho
mas por muito que tente
não me consigo ver da forma que me vês.
Vês-me bela
mais bela do que uma rosa
Vês-me alegre
sempre com um sorriso bem rasgado no rosto
Vês-me ... perfeita!
Mas diz-me meu amor
"Porque é que me vejo de uma forma tão diferente da que tu me vês?"
Por fora, não me sinto bela
mas sei que dentro de mim mora alguma beleza.
Quando estou contigo sorrio
mas quando estás longe só conheço tristeza
e em vez de sorrisos presos no rosto, tenho lágrimas.
Perfeita ... em nenhum lado me vejo ...
mas não te contesto que me vejas dessa forma
pois como Shakespear dizia:
"ninguém é perfeito até nos apaixonar-mos por alguém".
Meu amor vê-me da forma que me vês
que eu te verei da forma de como não te consegues ver também
e fiquemos somente assim
tu e eu
a ver-mo-nos um ao outro com os nossos olhos
Com os nossos diferentes olhares...

livre !


Caminho descalça nesta praia
somente eu, mais ninguém.
Sinto-me livre
Sinto-me liberta de tudo o que me aprisiona todos os dias.
Sinto-me liberta da saudade...
do isolamento,
da tristeza,
da fraqueza,
e das lágrimas.
A cada passo que dou nesta areia fria
deixo uma pegada para trás
e apercebo-me de que realmente eu existo
já não me sinto como outrora
malfadada, invisivel, sem vida.
Enquanto caminho o sol vai-se pondo
no horizonte, por detrás de todo este mar...
Outrora sentia que eu também ia com ele...
mas hoje...
...hoje não!
Hoje sinto-me liberta de tudo o que atormenta
de tudo o que aprisiona as pessoas dentro de si mesmas
hoje saboreio a liberdade
hoje sinto-me livre
hoje sinto-me...
... EU MESMA!

Hoje ... Não !


Hoje não aguento mais
Estou em baixo, sem forças para mais.
Por favor
Não me toques, Não me beijes,
Não me abraçes, Não me acaricies
Peço-te... hoje não.
Hoje sinto que tenho de estar em silêncio
tendo como única companhia eu mesma.
Não digas que me amas
ou tão pouco outras palavras que sejam amor
hoje quero silêncio
hoje digo não ás tuas palavras.
Hoje não quero nem te posso sentir
Hoje... véspera da tua partida...
Se sentir o teu toque, o teu beijo,
O teu abraço, as tuas caricías
ou ouvir que me amas
não irei aguentar
e a tua partida muito mais me irá custar.
Por isso peço-te que hoje sejamos distantes
como o sol e a lua
sem qualquer carinho entre nós
porque hoje estou em baixo e sem forças para mais...
hoje, véspera da tua partida.

Meu


Hoje acordei de forma diferente
tinha-te do meu lado...
Agradeci aos Deuses por me fazerem amanhacer contigo
Beijo o teu rosto e digo para mim:
"Que bom é ter-te só meu".


Abres os olhos ao de leve
Que lindo é ver-te acordar do meu lado
e ter o brilho do teu olhar para me iluminar o dia.
Beijas-me e dizes-me bom dia, e digo para mim:
"Que bom é ter-te só meu".


Sorris para mim
Por veres que não consigo desviar o meu olhar de ti
e alegre se tornou o dia, porque nasceu a ver te sorrir
Passo os meus dedos pelos teus lábios e beijo-te e digo para mim:
"Que bom é ter-te só meu".


Abraço-te e sinto o teu corpo
Meu eterno porto de abrigo
Minha fonte de calor
Abraço-te mais forte contra o meu peito, e digo para mim:
"Que bom é ter-te só meu".


No leito, dois corpos unidos
duas peles deslizam uma sobre a outra
e entre os lençois trocamos palavras de amor
Dizes-me " És minha "
Digo-te " És meu ".


Dois corpos abraçados, duas bocas cerradas
Os olhos fechados, as mãos entrelaçadas...
Na minha pele...o teu cheiro
No meu corpo...o teu toque
Abro os olhos e olho fixamente para ti, e digo para mim:
"Não consigo acreditar que és meu".


Fecho os olhos e volto a adormecer
e mais tarde acordo para enfrentar o dia
Procuro-te por todo o lado e não te encontro em parte alguma
e com lágrimas escorrendo-me pelo rosto digo para mim:
"Não o tenho, Não me pertenceu, nem tão pouco é meu ...".


Fecho os olhos e forço-me a adormecer
Talvez tenha sido isto um pesadelo que nunca aconteceu
e que amanha acorde e veja o abrir dos teus olhos e o seu brilho
e o teu sorriso que torna alegre o triste dia
e Olhando-te e sentindo-te, digo para ti:
"Que bom é ter-te só meu".

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Cala-me !


Cala-me.

Com um beijo

Quando não me quiseres ouvir mais.

Ou antes de eu acabar uma frase

De que mais tarde eu me venha a arrepender.


Cala-me.

Com um empurrão.

Empurra-me contra a parede

Quando eu te estiver a chatear

Ou a proferir sempre as mesmas palavras.

Empurra-me contra a parede,

Agarra-me com força e beija-me brutamente.


Cala-me.

Com as tuas mãos.

Tapa-me a boca sempre que eu mencionar algo

Do qual tu queres esquecer.

E tapando-me a boca, olha-me nos olhos

diz-me que é melhor ficarmos assim

Em silêncio, nós dois.



Cala-me.

Com os teus gestos.

E não com as tuas palavras.

Pois os teus gestos calar-me-ão

E as tuas palavras terão sempre resposta.


Cala-me.

Sempre que achares as minhas palavras sem sentido

Sempre que te relembrar de algo que te magoe

Sempre que faça uma tempestade de palavras

E sempre que comece uma discussão sem fundamento.

Cala-me.

Sim cala-me.

Mas com amor.