sábado, 30 de junho de 2007

Um novo olhar ...

Hoje acordei com um novo olhar

Vi e vejo o mundo com outros olhos

Olhos estes que nunca foram meus.

Abri a janela.

Olhei.

Olhei mais uma vez.

Esfreguei os olhos vezes sem conta.

Belisquei-me pois poderia ainda estar a dormir…

Mas não…estava bem acordada…

A ver o mundo com um novo olhar,

Olhar este, que nunca foi meu,

Que a mim nunca me pertenceu.

O mundo perdeu a cor

Tudo em meu redor é incolor

As pessoas, os carros, as casas, os pássaros…

Tudo.

Tudo sem cor.

Pergunto-me vezes sem conta

“Será que só eu é que vejo as coisas desta forma?

Ou será que o mundo realmente perdeu a sua cor?”

Debaixo da minha janela

Passa uma senhora muito apressada

Com um ar um pouco assustado

Poderia estar assustada, como eu, por ver um mundo incolor…

Chamo-a.

Pergunto-lhe se também vê o mundo sem cor

Mas ela, de mau humor, diz que tem mais que fazer

Do que alimentar conversas de pessoas insanas…

Não entendi

E tento a minha sorte com outra pessoa.

Uma senhora que me conhece desde criança…

Pergunto-lhe, debruçando-me sobre a janela:

“Porque é que o mundo perdeu a cor?”

Ao que me responde:

“Se vês o mundo sem cor, então perdeste mesmo o juízo!”

E a conversa termina logo ali.

Fecho a janela.

E escondo-me por detrás da cortina.

Um pouco triste

Pois não entendo o que se está a passar,

Porque vejo o mundo sem cor

E os outros que me rodeiam vêem-no todo colorido.

Olho vezes sem conta

Procurando a razão para o que está a acontecer…

Levei segundos até achar a resposta

Como não pensei nisto antes?

Sim, o mundo de facto perdeu cor

Apenas a meus olhos tudo é incolor

E o mundo ficou assim desde que partiu o meu amor…

Fecho a janela, as cortinas e a persiana.

Não gosto do mundo assim.

Deito-me

Forço-me a adormecer.

Espero amanha acordar com um novo olhar…

sexta-feira, 29 de junho de 2007

O que mais me fere

O que mais me fere?

As palavras.

Sem dúvida as palavras…

Essas são mortíferas

Ferem mais que mil garras

Não deixam marcas visíveis,

Mas são elas que ferem mais profundamente.

As palavras…

Essas sim, são a maior arma mortal

Deixam feridas abertas

Que nem com o passar do tempo

Podem alguma vez sarar…

Matam-nos.

Sim matam-nos

Não por fora,

Mas por dentro.

O que mais me fere?

As palavras...

Sem dúvida as palavras…

O fim do mundo (mas não para mim)


O mundo está agitado

As pessoas correm pelas ruas aos gritos

Na televisão, nas rádios sempre a mesma noticia

Que a todos abala e apavora

E eu aqui, sem com isso me importar…



Disseram que o mundo está prestes a acabar

Que o sol não mais nos aquecerá

Que a lua não voltará a brilhar

E que os dias que virão

Até ao dia final

Serão sempre com chuva imensa…



Mas porque devo eu me preocupar com isso?

Ou correr pelas ruas a gritar?

Para mim nada disso acabará…

Enquanto te tiver do meu lado,

Não precisarei do sol para me aquecer,

Aquecer-me-ei nos teus braços…

Não precisarei do brilho da lua,

Mas sim do brilho dos teus olhos…

E os dias chuvosos em nada me afectarão,

Pois todos os dias contigo são dias de clareza e beleza imensa.



Não me vou apavorar

Nem muito menos me mostrar afectada

Pois enquanto te tiver do meu lado

O meu mundo não irá acabar

Mas sim, ganhar vida.


Formas

Olha para o céu estrelado

Aqui. Agora.

Diz-me baixinho o que vês

Que formas no céu

As estrelas estão a desenhar.

Eu vejo um coração

E tu dois pontos de interrogação

Um virado para o outro.

Porque vês uma forma tão distinta da que vejo?

Eu vejo um coração.

Talvez por te ter a meu lado

E saber que te amo

E que o coração simboliza o amor.

E tu, tu vês dois pontos de interrogação…

Porquê?

Será que representam a dúvida que sentes

Em relação ao teu sentimento

Ou será que ele já não existe?

Olha para o céu estrelado

Aqui. Agora.

Diz-me baixinho que vês uma outra forma…

Eu VS Felicidade

Caminho nestas ruas

Sem saber bem porquê.

Apetece-me.

Somente me apetece.

Viro a esquina

Dão-me um encontrão

Olho para ver quem mo deu

Espanto-me

Dou de caras com a felicidade

Olha para mim

De alto a baixo

Ignora-me

E segue o seu caminho.

Fico estupefacta a pensar no sucedido…

Persigo-a

Ela acelera o passo

Corro atrás dela

E ela corre diante de mim

Como se de mim fugisse

Metendo-se por atalhos para me despistar.

Ficou encurralada

Num beco sem saída.

Já ofegante e a transpirar por todos os lados

Chego perto dela, e ela em tom zangado pergunta-me

“Não tens mais nada que fazer? Por que corres atrás de mim?”

Eu respondo com uma outra pergunta

“E porque foges tu de mim?”

Ao que me responde:

“Não me podes ter quando queres, tens de me conseguir”

Casa Desconhecida

Abro a porta da casa desconhecida

Espreito primeiro

E só depois o meu corpo passa pela porta.

Caminho em passos mudos

Para que a minha presença passe despercebida

E os meus gestos ensurdecidos.

Subo as escadas

Apertando as mãos

Com medo que algo me surpreenda…

Olhando em redor com os olhos bem abertos.

De fronte, um corredor muito longo

Abro a primeira porta.

A porta do passado.

Espreito.

Vejo o que não quero ver.

Recuso-me a entrar.

Fecho a porta.

Tranco-a.

Para que não se volte a abrir.

Continuo o meu percurso.

Na casa e no corredor desconhecido.

Uma outra porta

Abro-a, receando que seja como a outra

Que anteriormente eu abrira.

É uma sala coberta de espelhos

Vejo-me em todo o lado

Vejo-me reflectida com o puxador na mão.

Logo me apercebo, é a porta do presente.

Sem saber o porquê, fecho-a.

Só restam mais duas portas

Neste corredor de tamanho imenso

Uma intitulada de futuro

Uma de destino

Pergunto-me “qual a diferença das duas?”

Coloco a mão no puxador da porta do futuro

Tremo. Tremo dos pés à cabeça

E oiço uma voz que me chama “cobarde…”

Não sou capaz de abri-la.

Olho para a porta do destino

Hesito.

E mais uma vez aquela voz ecoa pelo corredor

“Cobarde…”

Sigo em frente tapando os olhos

Não. Não quero saber nem muito menos ver

O que vai acontecer e o que me está destinado.

Prefiro ver com o passar do tempo.

Prefiro construir o meu destino e futuro

Com as minhas próprias mãos.

Amor que não é um sonho

Diz-me que não foi um sonho cada momento nosso.

Cada beijo…

Cada sorriso…

Cada carícia…

Cada suspiro…


Diz-me que não é um sonho os nossos momentos.

Aquele toque…

Aquele abraço…

Aquele perfume…

Aquele olhar…


Diz-me que o nosso amor não é um sonho…

Que é pura realidade…

Onde nos beijamos com paixão,

Sorrimos com felicidade sentida,

Trocamos carícias longas,

E suspiramos o nome um do outro...


Diz-me que o nosso amor nunca foi um sonho…

Que existe, e sempre existirá…

Como o toque da nossa pele quando se tocam os nossos corpos,

Como o abraço forte que me dás para me sentir protegida,

Como o perfume da tua pele que fica preso na minha,

Como o olhar apaixonado, que lançamos um ao outro.


Não me digas do amor as palavras mais belas,

Se mas disseres, não as irei escutar…

Pois do teu amor não quero as palavras,

Mas sim, os pequenos gestos que tu fazes…

E esses sim, são amor.